terça-feira, 19 de abril de 2011

"Não há silêncio que não termine"


Passei as 553 páginas de Não há silêncio que não termine pensando e não entendendo como foi possível ficar mais de seis anos refém das Farc no meio da selva colombiana sem enlouquecer.

São quase sete anos expulsa do convívio da família, da própria individualidade sem poder sequer decidir a hora de ir ao banheiro e com a angústia da incerteza de não saber quando estaria livre se é que conseguiria se livrar.

A leitura é ótima. Não é uma narrativa crua e pesada. É um diário, ainda que não seja escrito nesse formato. A franco-colombiana Ingrid Betancourt narra o que sentiu durante todo esse período sem se censurar, sem buscar a imparcialidade.

O final todo mundo já sabe. Mas descobrir como ela soube que a liberdade enfim chegou é emocionante.

Agora me pego vez ou outra pensando: Enquanto estou aqui dirigindo, indo ao trabalho, ou correndo na esteira, ou comendo meu prato preferido, várias pessoas estão lá no meio da selva vivendo todos os dias o mesmo dia.

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