sexta-feira, 28 de maio de 2010

“Homicídio doloso”

Há (com H e acento agudo porque é um verbo no sentido de existir) um tempo já que eu tenho ficado assustada com erros de português grotescos cometidos por jornalistas formados.

Acho que a maior parte das pessoas comete um deslize aqui ou ali, mas há erros que são simplesmente imperdoáveis.

Costumo dizer que o que esse pessoal devia responder por “homicídio doloso”, já que estão assassinando a gramática e a ortografia e com a intenção de matar.

Se você acha que exagero, tire as próprias conclusões. Vou contar os milagres, mas poupar os santos.

Abaixo um trecho de uma matéria publicada em um dos sites de notícias mais conhecidos do DF no último fim de semana. Em dois parágrafos, três “atentados terroristas” contra o idioma

“O delegado da 9ª DP disse que não houveram grandes divergências entre os quatro depoimentos. Agora, ele espera encontrar a lancha para realizar a perícia e ouvir as demais testemunhas que estavam na embarcação, inclusive as internadas, para depois fazer a análise geral e conclusões. O prazo para a conclusão das investigações é de 30 dias a partir da data de instauração de inquérito que aconteceu hoje.

Júnior afirmou que pilota a quatro anos, tem a lancha a dois e que costumava fazer passeios no lago com a família e também os passeios noturnos. Ele conheceu as pessoas no churrasco, por meio do amigo, Marcos Paulo, que namora Júlia, que é amiga das demais jovens.”

“Houveram”? “Houveram”? Não me conformo....

E esse “a” solto aí sem razão. Agora “a” é verbo?

Cruz credo!

Mas a repórter acima não é a única que deve responder pelo crime. Há uma verdadeira “quadrilha” empenhada em “exterminar” a nossa língua mãe.

A quantidade de paraliZação escrito dessa forma que aparece em releases que recebo não tem nem como contar.

E o pessoal que está na universidade devia ficar atento. Mandar e-mail pedindo emprego com erros de português do tipo: “já trabalhei em acessoria” é “suicídio profissional”.